Fora a maldade de chamar a velha senhora de fóssil vivo, uam matéria muito legal, Afinal a Kombi é um charme! A clássica Karmann Safari-Mobil deixou seu legado, olhem que bacana.
Kombi para inglês ver: velho utilitário brasileiro vira moda no Reino Unido
RIO - Fóssil vivo da indústria nacional, a Kombi fabricada em São
Bernardo do Campo virou moda na Inglaterra. Lá, o veterano modelo da
Volks é artigo de luxo: despe a roupa de trabalho e se enche de
acessórios para acampar nas férias.
Quem descobriu o filão foi a empresa Danbury Motorhomes, que importa
e converte as Kombi zero-quilômetro "made in Brazil" desde o início da
década passada. Outra companhia inglesa no ramo é a VW Downunder.
Os números são uma surpresa para quem imagina que a cinquentona
van nacional, com sua imagem de insegurança, é vista como piada na
Europa. Consultado, o departamento de exportações da Volkswagen
do Brasil revela que, nos últimos dez anos, já mandou cerca de mil exemplares da Kombi para a Inglaterra.

Não se trata de uma exportação regular, mas sim de envios, por
encomenda, a um vendedor independente. O utilitário é embarcado sem
qualquer adaptação.
Tal interesse tem explicação: o Brasil é o último país que
fabrica a Kombi de segunda geração - igual à que foi produzida na
Alemanha de 1967 a 1979. Os estrangeiros conhecem este modelo como T2.
Para os ingleses, é a chance de ter um carro clássico, só que novo em
folha. Até Pete Townshend, líder da banda The Who, comprou um magic bus
desses.
Na Inglaterra, a Kombi brasileira passa por uma
transformação que a deixa com a aparência dos modelos de camping feitos
pela firma Westfalia, por encomenda da Volkswagen, nas décadas de 60 e
70. A Danbury tem um pequeno exército de lanterneiros, eletricistas,
pintores, forradores, marceneiros e mecânicos para fazer as alterações.
A capota é cortada, dando lugar a um teto móvel que, quando
levantado, dá altura suficiente para que se fique em pé dentro da Kombi.
Nos acampamentos, o dispositivo permite que quatro pessoas durmam no
carro sem claustrofobia.
O volante vai para a direita, facilitando o uso da Kombi em mão
inglesa. É possível até adaptar uma caixa de direção com assistência
elétrica, vinda do Fiesta. Além de leve, é muito mais precisa do que a
original.
Os bancos são retirados e vendidos como sucata. Na frente, entram
confortáveis assentos individuais. Atrás, vai a "mobília da casa":
sofás-cama, fogão a gás, pia, geladeira e mesinha dobrável são o básico.
Podem entrar ainda ar-condicionado, TV e quase tudo o que a imaginação
do cliente pedir. Madeira clara e couro tornam o ambiente luxuoso.
A cor branca, única disponível no Brasil, dá lugar a tons fortes
de azul, abóbora, verde... Para-choques podem ser cromados; a suspensão,
rebaixada; e os aros de ferro, trocados por rodas de liga leve.
Para disfarçar a enorme grade do radiador que equipa as Kombi
brasileiras desde 2006 (quando o motor boxer refrigerado a ar deu lugar
ao quatro em linha "a água"), há a opção de pôr um falso estepe montado
na frente do carro.
Mas será que o motor flex não reclama da gasolina sem álcool da Inglaterra?
- Nunca tivemos problemas no motor, que é muito confiável, econômico
e disposto nas subidas. Por outro lado, o câmbio já deu defeito - conta
David Cranwell, da loja T2 4Fun, especializada em aluguel das "VW
Camper", como são chamadas as Kombi convertidas.
Para Cranwell, outras ressalvas à versão brasileira são a pouca
espessura do metal da carroceria, os pontos de solda grosseiros e a
porta de correr que fica "no lado errado".
Já David Irvine, da locadora Eastbourne Holiday Campers, é só elogios para as Kombi:
- Todos amam essa van. É muito divertida de dirigir!
No Brasil, uma Kombi original de fábrica custa R$ 48.310. Na
Inglaterra, os preços vão do equivalente a R$ 55.522 (sem transformação)
a R$ 100 mil (com todos os equipamentos). Muitos preferem alugar a
Kombi "Camper" por uma semana, o que sai por aproximadamente R$ 1.800.
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